Acidentes são cada vez mais comuns no metrô de SP. Terça (6), Lourivaldo Nepomuceno, funcionário de supermercado, morreu preso entre a porta da plataforma e a porta do trem na estação Campo Limpo da Linha-5. A falha técnica já havia ocorrido pelo menos 15 vezes nos últimos quatro anos.
Para Camila Lisboa, presidente do Sindicato dos Metroviários, casos assim ligam-se diretamente às privatizações. Ela afirma: “A Linha-5 foi privatizada em 2018. Desde então registra muitas falhas e insegurança para os usuários. O contrato feito pelo Governo do Estado é benevolente com a ViaMobilidade, que não assume responsabilidade, enquanto o Metrô (empresa pública) arca com os custos de operação e manutenção”.
A dirigente explica que os trabalhadores contratados diretamente pela empresa pública tem melhores condições que os terceirizados, inclusive pelo fato de terem passado por concurso público. “Estudos mostram que empresas terceirizadas são as maiores responsáveis por acidentes de trabalho, justamente por não garantirem direitos trabalhistas fundamentais, como pagamento de adicional de periculosidade. Os treinamentos também estão cada vez mais precarizados devido à privatização”.
Audiência – Na segunda (12), a Assembleia Legislativa de São Paulo fez audiência pública para questionar processos de terceirização referentes à manutenção das linhas 1 e 3 do metrô. Reunião estava programada antes da morte de Lourivaldo, que foi citada no debate para exemplificar os problemas da terceirização. “Manutenção mal feita e falta de investimento público pode gerar tragédias como a que aconteceu na linha 5”, resume Camila.
Campanha – Metroviários de São Paulo lutam contra as privatizações e estão em campanha salarial. Entre as reivindicações: aumento real e melhoria e garantia do plano de saúde. A contraproposta patronal será apresentada aos trabalhadores no dia 21. No mesmo dia, assembleia vai definir os próximos passos da mobilização.
MAIS – Site do Sindicato dos Metroviários de São Paulo.
Por Agência Sindical
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