SINDIQUÍMICA-BA


Na Bahia, trabalhadores da Tecsis conquistam acordo e decidem encerrar greve que durou 17 dias


Trabalhador terceirizado morreu vítima de acidente de trabalho num armazém da empresa
Carbonor no Polo Petroquímico de Camaçari (BA)
Na Bahia, trabalhadores da Tecsis conquistam acordo e decidem encerrar greve que durou 17 dias
//O trabalhador terceirizado, Benício Conceição dos Santos, 61, casado, dois filhos, morreu, no dia 5 de abril, por volta das 18h, vítima de acidente de trabalho quando um big bag de mais de uma tonelada caiu por cima dele no armazém de matéria prima da empresa Carbonor, localizada no Polo Industrial de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), na Bahia.
Segundo informações do Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Químico (Sindiquímica), Benício era funcionário da empresa STLOG, que atua na área de logística. Como apenas Benício estava no armazém no momento do acidente não se sabe exatamente o que aconteceu.
“A empresa empilha os big bags em duas carreiras sobrepostas uma em cima de outra, então no exato momento em que Benício começava a limpeza no local a embalagem de cima cedeu, esmagando o terceirizado. O big bag carregava 1.250 quilos de barrilha, por isso acreditamos que o companheiro morreu na hora.”, explica o diretor do Sindiquímica, Sérgio França.
O corpo de Benício foi encontrado por um operador que passava pelo local. Diretores do sindicato se reuniram com representantes da Carbonor e da STLOG, no dia 6/4, e cobrou responsabilidades dessas duas empresas pelo ocorrido. Além disso, solicitou fazer parte da comissão interna que apura as causas do acidente. A comissão se reuniu dia 18 de abril.
“Benício tinha 10 anos de empresa e estava planejando se aposentar. Dias antes do acidente tinha dado entrada no pedido de aposentadoria no INSS. Isso é muito triste. Mais uma vida ceifada vítima de acidente de trabalho, no Polo de Camaçari”, desabafa o dirigente sindical.
O Sindiquímica encaminhou denúncia contra a Carbonor e STLOG ao Ministério Público do Trabalho e à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), em Salvador.
*Na Bahia, trabalhadores da Tecsis conquistam acordo e decidem encerrar greve que durou 17 dias
//Na manhã de 13 de abril, os trabalhadores da Tecsis decidiram pôr fim à greve que durou 17 dias e levantaram o acampamento montado nos portões da fábrica, localizada em amaçari. A assembleia aprovou a proposta da empresa negociada pelo Sindiquímica dia 11/4 com a mediação da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE).
A Tecsis, que fabrica pá para o setor de energia eólica, se comprometeu a pagar as rescisões trabalhistas em oito parcelas, tendo como limite mínimo o piso salarial da categoria. A primeira parcela já foi liberada para os 492 empregados demitidos. O SRTE exigiu, ainda, a regularização das parcelas atrasadas nas contribuições do FGTS e INSS.
Caso o Acordo seja descumprido, a empresa será obrigada a pagar multa. Serão retirados da Justiça todos os processos de interdito proibitório contra o sindicato e os trabalhadores interpostos pela empresa. Esses processos foram encaminhados à Justiça pela Tecsis na tentativa de criminalizar a greve dos trabalhadores que começou no dia 28 de março quando foram anunciadas as demissões e o fechamento da unidade de Camaçari. Dia 5/4, policiais militares retiraram os trabalhadores de dentro da fábrica por ordem da empresa.
Seis viaturas participaram da ação policial irregular e arbitrária condenada pelo Sindiquímica. “Apresentamos várias propostas para que a Tecsis continuasse funcionando na Bahia, inclusive pedimos ajuda ao governo do Estado para pressionar a direção da empresa. Tivemos três reuniões com o superintendente de Promoção do Investimento da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (SDE), Paulo Guimarães, com a participação de representantes da Tecsis e do sindicato, mas sem sucesso”, explica o diretor do Sindiquímica, Dilson Vasconcelos.