SINTRACON


Comemorar o que?


//Em 1º de maio de 1940, o presidente Getúlio Vargas instituiu o salário mínimo.
Em 1º de maio de 1941 foi criada a Justiça do Trabalho.
Até o início da Era Vargas (1930-1945) eram comuns nas grandes cidades brasileiras certos tipos de agremiação dos trabalhadores fabris. Com a chegada de Getúlio Vargas ao poder, os trabalhadores urbanos passaram a ser influenciados pelo que ficou conhecido como trabalhismo (uma espécie de “ideologia” que não está interessada na desconstrução do capital, mas em sua colaboração com o trabalho).
O trabalhismo foi usado pela propaganda do regime varguista como um instrumento de controle das massas urbanas: isto se vê refletido na forma como o trabalho é visto cada vez mais como um valor.
A propaganda trabalhista de Vargas, sutilmente, transforma um dia destinado a celebrar o trabalhador no Dia do Trabalho.
Tal mudança, aparentemente superficial, alterou profundamente as atividades realizadas pelos trabalhadores a cada ano, neste dia, até então marcado por piquetes e passeatas, o Dia do Trabalho passou a ser comemorado com festas populares, desfiles e celebrações similares. Esta característica foi assimilada até mesmo pelo movimento sindical.
Mas, no dia 14 de julho de 2017, com a aprovação da Reforma Trabalhista, a era Vargas e suas benfeitorias para o trabalhador foram jogadas no lixo. Hoje o trabalhador não tem mais motivos para comemorar.
Quem também não tem motivos para comemorar é o presidente Michel Temer que tem a pior avaliação já vista no Brasil. Está colhendo o que plantou.
José Carlos da Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Jundiaí