Secovi-SP

“O ano de 2017 será construído por todos nós”

//A afirmação do presidente do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), Flavio Amary, marca a entrevista concedida ao jornal Imprensa Sindical. Acompanhe.

//Imprensa Sindical — Qual o problema que mais tem afetado o setor da construção civil e imobiliária, além da crise politica e econômica?

lavio Amary — O aumento significativo do número de distratos.
Uma coisa é quando a pessoa compra o imóvel e perde o emprego ou, por alguma razão, tem o crédito do financiamento negado. Esse é um lado do processo de distrato. Ou outro lado
é a pessoa que compra e depois resolve que não quer mais o negócio. Essa é a parte muito ruim, porque a empresa não vende uma “opção de compra”, que pode ou não ser exercida no futuro, dependendo da vontade do comprador. Não é justo, porque os consumidores que estão com os pagamentos em dia acabem sendo prejudicados.

IS — Existe alguma legislação que regulamente isso?

Flavio — Não existe legislação que estabeleça um critério bjetivo
e claro de como funcionaria o distrato, nem na Lei de rcelamento
do Solo, a 6.766/79, e nem a de Incorporação, a 4.591/64. O código de defesa do consumidor também não define um critério.

IS — O Secovi-SP pretende fazer alguma coisa a respeito disso?

Flavio — Uma das nossas frentes de trabalho é buscar uma forma objetiva, por meio de legislação federal, que estabeleça critérios justos de devolução, fazendo com que as pessoas
quando comprem ou vendam saibam o que vai acontecer numa
hipótese futura de rescisão ou distrato.

IS — Existe alguma tendência no mercado?

Flavio — As pessoas estão cada vez mais vivendo em espaços enores e essa tendência se reflete no mercado imobiliário, e os empreendedores lançam unidades compactas, de um dormitório. A tendência é o imóvel unipessoal. Porem, os imóveis de dois dormitórios, com metragem entre 45 m2 e 60 m2, ainda ocupam
a preferência das pessoas.

IS — A cidade de São Paulo apresentou que tipo de comportamento em 2016?

Flavio — O crescimento foi forte na zona Leste da Capital, com maior volume de lançamentos e vendas, e a zona Central também registrou alguns novos produtos. Agora, o direcionamento da idade depende da nova gestão municipal, com a posse do prefeito João Doria. São Paulo está buscando revitalizar o centro e humanizar a cidade, além de aproximar a moradia do local de trabalho.

IS — Qual a expectativa do setor para 2017?

Flavio — Precisamos que a economia se restabeleça para o mercado imobiliário voltar a produzir, porque existe demanda por habitação. O déficit é alto e, para resolvê-lo, teríamos de produzir, nualmente, 1,5 milhão de novas unidades no Brasil. A expectativa é que seja construído um melhor cenário político melhor, com diminuição da burocracia, e a adoção de medidas de incentivo à produção imobiliária, para movimentar a economia, gerar renda e empregos. Na verdade, 2017 será um ano a ser construído por todos nós.