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Sindiquímica-BA

Empregos ameaçados no setor plástico

//Os números da indústria do setor plástico na Bahia mostram dados
preocupantes em relação ao mercado de trabalho formal no setor, é o que confirma a análise feita pelo Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese). E com a ameaça da empresa Tigre de fechar a fábrica localizada no Polo de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), e leva-la para Pernambuco, torna a situação ainda mais grave e deixa inúmeros trabalhadores apreensivos com a garantia do seu sustento.

De acordo com o Dieese, com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o número de empregos no setor plástico na Bahia
registrou um saldo negativo de cerca de 900 postos de trabalho desde 2015, dada a crise econômica que assola o Brasil e que reduz a geração de empregos em todo o território nacional.

Para o Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Químico (Sindiquímica), o setor plástico é o que mais gera empregos no ramo Químico. O Guia Industrial da Federação das Indústrias do Estado da Bahia – FIEB, mostra que ao todo são 512 empresas, que empregam 22.545 trabalhadores e que compõem o ramo representado pelo Sindiquímica.

O Guia mostra que 205 indústrias de produtos de material plástico empregam mais de 9 mil trabalhadores no estado.

Caso a saída da Tigre se concretize, a expectativa é de que mais de 900 postos de trabalhos diretos e indiretos serão fechados. Outras empresas já fecharam suas fábricas, tais como: Recipack Indústria e Comércio de Reciclagem, Dalka do Brasil (Acqualimp), CE – Central de Embalagens e a Bahia Pet. Além dessas, as empresas Starplast da Bahia Indústria e Comércio e a Vidapack Indústria e Comércio Ltda alegam dificuldades para manter suas unidades. No caso da Tigre, o grupo não culpa a crise por encerramento da produção em Camaçari, mesmo assim, o governador
da Bahia, Rui Costa, chegou a negociar com a empresa alternativas para garantir a continuidade dos negócios. O que intriga o governo e o Sindiquímica é que transferir a unidade de Camaçari para o estado de Pernambuco implicará em redução das vendas, já que a Tigre é líder do
mercado na Bahia. E o argumento de que a folha salarial é o principal
entrave, simplesmente não convence.

No dia 15 de dezembro, diretores do Sindiquímica se reuniram com o secretário de Desenvolvimento Econômico da Bahia, Jorge Hereda, para
discutir o setor plástico.

Nessa reunião, foi proposta pelo sindicato a realização de um Fórum de debates sobre o setor plástico, visando toda a cadeia produtiva do ramo Químico da Bahia, no ano que vem, com a participação de representantes do governo, trabalhadores e empresários. O objetivo é discutir as alternativas
para evitar fechamento de unidades no setor, manutenção dos empregos e garantir a arrecadação para o estado.